No início de 2020, o mundo todo foi acometido pela pandemia causada pela covid-19. De lá pra cá, foram mais de 650 mil brasileiros e brasileiras que perderam a vida pela doença. Afora esse dado trágico, outros problemas e traumas ainda estão bastante vivos na realidade das pessoas. Como se não bastasse, em maio de 2022, outra notícia causa alerta no mundo já aterrorizado pela pandemia: o surgimento da monkeypox, ou varíola do macaco.
A nova doença, endêmica em regiões da África, tem tendo surtos em diversos países da Europa. Já teve casos identificados na América do Norte e na Argentina. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária já emitiu alerta sobre a iminência da chegada da varíola do macaco no Brasil.
Enfim, a pergunta que fica é: devemos nos preocupar? Ou ainda: existe risco de vivermos uma nova pandemia? Com base do que a ciência já sabe, podemos dar resposta parcial a ambas. Precisamos ter, sim, alguma preocupação. Contudo, o cenário para uma outra pandemia segue ainda como sendo improvável (o que, de fato, não dispensa a necessidade de tomar precauções).
Abaixo, um resumo sobre o que a ciência sabe sobre a doença até o momento.
O que é a varíola do macaco?
A varíola do macaco é uma zoonose causada pelo Monkeypox virus, um vírus do gênero Orthopoxvirus, pertencente à família Poxviridae. A essa família, também pertencem os vírus da varíola e o vírus Vaccinia. Este último é o vírus partir do qual a vacina contra varíola foi desenvolvida.
Cabe lembrar que depois de várias campanhas de vacinação a nível mundial, a varíola foi erradicada em 1980. Pessoas que nasceram a partir desse ano, por exemplo, sequer tiveram necessidade de se vacinar contra a doença.
Porém, mesmo depois da erradicação da varíola, infecções por Monkeypox virus tornaram-se a orthopoxvirose mais comum. De lá pra cá, ocorrem casos esporádicos da doença principalmente nas regiões central e oeste da África.
Com efeito, existem duas variantes distintas da doença nessas regiões. Uma delas é variante da África Central, que é a historicamente associada a doença mais grave e mais transmissível. Esta tem taxa de fatalidade de aproximadamente 10,6%. A taxa de letalidade da variante da África Ocidental é 3,6%. A fim de se ter base de comparação, a de covid-19 é em torno de 2%.
Contágio
Apesar da mortalidade alta em relação ao covid-19, uma das razões para a varíola do macaco não se tornar uma pandemia é uma menor transmissibilidade. Se o sars-cov-2 é transmitido por vias aéreas, o vírus monkeypox precisa de contatos mais próximos, como troca de fluidos, atrito direto ou indireto com materiais infectados, entre outros contatos mais próximos.
Outra forma de contágio é o contato com animais contaminados. Apesar do nome da doença, não existe consenso na comunidade científica sobre qual animal é o hospedeiro da doença. Portanto, uma das maneiras de prevenir o contágio é evitar contatos com animais silvestres e também o consumo de carne mal cozida ou de origem desconhecida.
Além disso, se a covid-19 se confunde com quadro de gripe ou resfriado, os sintomas da varíola do macaco são mais visíveis. O site da PebMed lista alguns dos sintomas principais e suas fases. O mais visível deles é, de 1 a 3 dias após início de febre, o surgimento de lesões na pele espalhadas em várias partes do corpo.
Conclusão
Por fim, cabe ressaltar que a vacina contra a varíola já conseguiu erradicar a doença a mais de 4 décadas. Assim, em caso de um alastramento maior que o esperado da nova variante, o desenvolvimento de uma nova vacina terá um ponto de partida bastante conhecido.
Portanto, ainda que haja necessidade de preocupação, não há qualquer razão para pânico ou mesmo de esperar uma experiência similar à do covid.
Meu Nome é Valdnir Fernandes – sou professor formado em Biologia e jornalista! Trabalho na Blogosfera para levar mais informações úteis para o visitante ilustre. Buscando levar informações importantes, isto é, o Programas Sociais BR é um site de Utilidade Pública !!
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