O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou em junho de 2022 um estudo sobre impactos do Auxílio Emergencial. Assim, ficou constatado que o fim do benefício gerou queda recorde do rendimento mensal dos brasileiros e brasileiras. A queda foi a maior em 10 anos.
Segundo os dados, o declínio foi generalizado nas diversas fontes que compõe a renda média das pessoas no Brasil.
O impacto foi maior na passagem de 2020 para 2021. Nesse recorte, a renda de muitos cidadãos e cidadãs foi marcada com a redução ou cancelamento do Auxílio Emergencial. Ali, a renda domiciliar per capita chegou ao menor valor histórico desde que começou a ser medida.
O rendimento médio mensal no Brasil é calculado considerando apenas as pessoas que têm algum tipo de renda mensal. Por sua vez, a renda domiciliar per capita considera a divisão do rendimento entre as pessoas vivem no mesmo domicílio.
Assim sendo, segundo dados do IBGE, o rendimento mensal médio real passou de R$ 2.386 em 2020 para R$ 2.265 em 2021. Trata-se do valor mais baixo desde 2012 (R$ 2.369), correspondendo uma queda de 5,1%.
Porém, houve um aumento de 38,7% para 40,2% na proporção de pessoas com rendimento recebido. Isso leva em conta quem recebe exclusivamente, por meios laborais. Mesmo assim, o rendimento médio sofreu uma queda de 4,6%.
Queda geral
Segundo o IBGE, brasileiros e brasileiras que possuem rendimentos de outros meios, como por programas sociais, tiveram uma redução de 14,3% para 10,6%. As porcentagens resultaram em uma queda de 30,1% da média dessas fontes.
Dessa forma, o auxílio funcionou, segundo o relatório do IBGE, como um colchão para a queda da renda do trabalho durante a pandemia. Isso porque segurou um impacto de queda de renda iniciado em 2020 e continuado em 2021. Por isso, sua retirada provocou essa queda generalizada da renda no país.
Impacto do Auxílio Emergencial
Logo quando passou a ser pago, o Auxílio Emergencial foi o responsável por uma alta de 12,3% dos rendimentos de brasileiros e brasileiras. Isso em comparação ao ano anterior, 2019. Já em 2021, reduzindo o programa, o quadro começou a mudar.
Isso começou a acontecer também em virtude da diminuição do valor (de R$600 para R$250).
Nesta perspectiva, a proporção de pessoas com algum tipo de rendimento no país diminuiu de 61% para 59,8%. Essa foi marca mais baixa da série histórica do IBGE. Essa queda aconteceu devido ao aumento da proporção de pessoas com renda do trabalho.
Contudo, no mesmo período, o percentual de brasileiros com rendimento de outras fontes caiu de 28,3% para 24,8%.
Elisangela Monteiro – Professora – Entusiasta da Blogosfera!!