Pessoas que receberam a imunização heteróloga, ou seja, a segunda dose de marca diferente da primeira, relatam dificuldades para emissão do certificado de vacinação. Ainda que o protocolo do Ministério da Saúde preveja essa mistura de imunizantes, o mesmo ministério admite que recomeçou a fornecer o certificado para quem tomou doses de marcas distintas.
Atualmente, 249 municípios criaram regras que exigem esse documento para entrar em lugares públicos. Além disso, o documento que comprove a imunização também é exigido para viagens para o exterior. Para ambos, pede-se o certificado emitido pelo ConecteSUS.
Falta explicações do Ministério da Saúde
Em nota, o Ministério da Sapude informou que o certificado do ConecteSUS é dado para quem concluiu o esquema vacinal com duas doses ou dose única. Porém, completou que “para quem concluiu o esquema vacinal com doses de vacinas diferentes (intercambialidade das vacinas COVID-19) não é permitido a emissão do certificado de vacinação” pelo aplicativo, agora no final de Outubro já começaram a Emitir.
Contudo, o Ministério da Saúde não tinha dado qualquer explicação a respeito de não oferecer o certificado a quem fez a imunização heteróloga. O protocolo vem sendo adotado em vários estados e cidades do Brasil, assim como noutros países.
Diante da falta de algumas vacinas como a da AstraZeneca, muitas cidades aplicavam como segunda dose imunizantes da Pfizer. Essa combinação tem sido adotada em várias regiões do país. As informações foram divulgadas em matéria de 04/10/2021 de Ítalo Lo Re, em O Estado de S.Paulo.
Imunização heteróloga é adotada em vários lugares do mundo
Em setembro desse ano, o governo de São Paulo começou a adotar a imunização heteróloga diante da falta de vacinas AstraZenaca. Assim sendo, pessoas que tomaram a primeira dose dessa marca, tomaram a segunda da marca Pfizer.
Também em São Paulo, adotou-se outra estratégia heteróloga. Nela, idosos e imunossuprimidos tomam terceiras doses de outro fabricante, que pode não ser o mesmo do qual tomaram as duas primeiras.
A Inglaterra foi pioneira em adotar o sistema heterólogo. Dessa maneira, o sistema de saúde inglês adotou estratégia com AstraZeneca e Pfizer. Em alguns casos, a combinação mostrou eficácia maior do que o esquema único (homólogo). Existem diversos estudos que mostram que existe eficácia nessa estratégia.
Segurança do método
À Rede Brasil Atual, biomédica pesquisadora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) Mellanie Fontes-Dutra confirma a segurança da utilização de imunizantes diferentes. Ela cita uma boa variedade de estudos conduzidos em diferentes lugares do mundo. “Existe uma escassez de doses da AstraZeneca para a segunda dose de algumas pessoas, e tem-se recomendado a Pfizer, numa combinação AstraZeneca na primeira dose e Pfizer na segunda dose. É seguro? Gera resposta? Sim e sim”, disse.
Elisangela Monteiro – Professora – Entusiasta da Blogosfera!!