O Ministério da Educação (MEC) lançou na segunda-feira (20) o Programa Reuni Digital. Trata-se de um programa para Expansão da EaD nas Universidades Públicas Federais. De acordo com o anúncio da pasta, serão ofertadas mais de 5 mil vagas em cursos do ensino superior na modalidade EaD. Nessa semana, também foi divulgado o calendário do SiSU do segundo semestre de 2022, cujas inscrições se iniciam em 28/06.
De acordo com o MEC, além de ampliar o acesso ao ensino superior à distância, o programa tem outras metas. Uma delas é fomentar a permanência de discentes nos cursos de graduação. Acredita-se que isso poderá ser feito por meio da educação a distância
Na cerimônia de lançamento, que aconteceu em Brasília, o ministro da Educação, Vitor Godoy, assinou uma portaria que cria o programa. Ela autoriza a criação de 152 novos cargos de docentes no programa para o Reuni Digital. De acordo com o ministro, os docentes vão atuar em 14 cursos de graduação, distribuídos nas universidades brasileiras.
Conforme a pasta, o Reuni Digital vai ofertar 5.020 novas matrículas por ano. A oferta dos cursos EaD será em universidades federais em diferentes regiões do país. Atualmente, as universidades já contam com alguns cursos nesse formato. O programa remete ao Reuni, criado nos governos petistas e que ampliou significativamente o acesso às universidades federais.
Eixos do programa
Segundo o que foi divulgado pelo MEC, entre as metas estabelecidas para o Reuni Digital figuram os seguintes pontos:
- ampliação da participação proporcional de grupos desfavorecidos na educação superior;
- consolidação e ampliação de novos programas e ações de incentivo e mobilidade estudantil;
- institucionalização dos programas de educação a distância;
- capacitação de professores, técnicos de informática e técnicos administrativos para atuar com educação a distância.
- Uso do Reuni Digital para auxiliar no alcance das metas do Plano Nacional de Educação (PNE), principalmente da meta 12;
- assegurar a qualidade da oferta e expansão para, pelo menos, 40% das novas matrículas, no segmento público.
Críticas
A versão final do Reuni digital foi criada já em 2021. Não sem diversas críticas. O professor Carlos Bielschowsky, do Instituto de Química a UFRJ, apontou uma série de inconsistências no projeto. Elas foram mostradas em artigo no site Sou Ciência. Um dos pontos elencados é que a ideia do Reuni Digital ocorre paralelamente aos substantivos cortes e esvaziamento do Universidade Aberta do Brasil, programa já consolidado de EAD das Universidades Federais.
O reitor da Universidade Federal da Bahia -UFBA, também apresenta fortes críticas ao Reuni Digital, expostas em carta aberta. Segundo a carta, a proposta fere a autonomia universitária. Além disso, propõe um sistema de ensino precarizado, dissociando ensino de pesquisa e extensão. A carta pode ser lida aqui.
Elisangela Monteiro – Professora – Entusiasta da Blogosfera!!