Já explicamos aqui que o consignado tomado contando com o Auxílio Brasil, aprovado pelo governo federal, terá juros 3x maior que o mercado. Porém, matéria publicada hoje pelo jornal Estado de São Paulo mostra que a situação pode ser ainda mais complicada. Entenda.
Apesar de ainda não ter sido regulamentado e, por isso, ainda não poder ser oferecido, o crédito consignado do Auxílio Brasil já vem sendo anunciado. Isso já está sendo por várias instituições do Brasil. Isso já vem sendo feito por instituições como o Agibank, Banco Pan e o braço financeiro da varejista Pernambucanas. Pelas características do consignado, as cobranças serão feitas de forma direta nas parcelas do auxílio.
Como já explicamos aqui, terá limite de 40% do valor mensal do auxílio. Isso significa que quem tomar desse empréstimo, com base nos R$ 600 do auxílio, poderá comprometer até R$ 240 descontados do valor do benefício.
Diante do risco embutido, as instituições que estão anunciando o crédito estão se prevenindo usando de taxas mais altas. Assim, as taxas cobradas no consignado do Auxílio Brasil deixam bem claro linha é tratada como uma aposta de risco. O juro poderá superar os 60% ao ano, conforme cálculos de mercado. Esse número está muito acima da média do consignado pago pelos aposentados pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Nesse caso, ele é de 26% ao ano.
Assim, a pessoa que recebe programa social e que contratar consignado com base pagará taxas mais próximas às do mercado de balcão das instituições financeiras, sem a “garantia” oferecida pelo modelo com desconto em folha.
Espera pela regulamentação da modalidade
A possibilidade de contratação do consignado comprometendo valores de benefícios como o Auxílio Brasil ou o BPC é recente. Foi feita em agosto, em meio à campanha eleitoral e a aprovação da chamada PEC Eleitoral. Com ela, o aumento temporário dos benefícios sociais e a criação de outros auxílios foi viabilizada.
Porém, desde então, a aplicação dessa modalidade aguarda regulação do governo. Embora as instituições já recebam pré-cadastro para a contratação dessa modalidade de consignado, ela aguarda ainda detalhes.
Caixa Econômica Federal (CEF) e Banco do Brasil responderam à matéria do Estado de São Paulo. Ambas disseram que ainda avaliam condições técnicas e regulamentações para liberarem a contratação desse consignado. Em breve, deve haver algum tipo de anúncio nesse sentido pelo governo federal.
De toda forma, ao que tudo indica, trata-se de operação de risco. Ela terá juro mais alto que de mercado e deve sair cara para o consumidor.
Informações: Estado de São Paulo.
Elisangela Monteiro – Professora – Entusiasta da Blogosfera!!